O tempo, em sua jornada incessante, tece a tapeçaria da memória, entrelaçando fios de alegria e a profundidade da saudade. Hoje, a data de 11 de abril ressoa em meu íntimo com uma intensidade dolorosa, transportando-me para aquele domingo de 2021. Lembro-me como se fosse ontem da sua voz, minha amada mãe Leani, carregada de um peso que a luta contra o Mieloma Múltiplo havia intensificado. Suas palavras sobre a dificuldade de "dar a volta por cima" ecoam em minha mente, um retrato da batalha árdua que travava contra a dor incessante.

Naquele dia, a fragilidade em suas palavras era um prenúncio silencioso do que viria. A lembrança daquele último diálogo é um nó na garganta, uma fotografia nítida de um momento que eu, em meu íntimo, desejava poder ter prolongado infinitamente. Mal sabíamos que poucas horas depois, no dia 12 de abril, a senhora encontraria a paz eterna, indo morar com Jesus e Deus.

Sua partida deixou um vazio imensurável, uma marca indelével de saudade em meu coração. As lembranças boas, ah, essas são inúmeras e preciosas, um bálsamo em meio à dor. Seu sorriso, seu carinho, sua força – tudo reside em minha memória, aquecendo-me nos momentos de maior tristeza.

No entanto, confesso que a angústia ainda me assalta. A impotência diante da doença, a sensação de não ter conseguido fazer o suficiente para aliviar seu sofrimento, para salvá-la... essa sombra paira sobre meus pensamentos. A razão me diz que fiz o que estava ao meu alcance, que a medicina tem seus limites, mas o coração de filho clama por um desfecho diferente.

Hoje, meu único consolo reside na esperança de que, no plano espiritual, a senhora esteja plena, livre de dor e sofrimento, irradiando a felicidade que tanto mereceu. Desejo ardentemente que sua alma repouse em paz, envolvida pela luz divina.

Mãe Leani, meu amor por você é imenso e eterno. A saudade é constante, mas as lembranças do seu amor e da sua força me guiam e me confortam. Que a luz perpétua brilhe sobre você.