15/04/2025

Memória de um 15 de Abril

Hoje o sol brilha intensamente, um contraste marcante da noite chuvosa de um ano atrás. A memória daquele acidente de carro, voltando para casa do trabalho, permanece vívida como se tivesse acontecido ontem. O barulho ensurdecedor da colisão ecoa em minha mente, seguido pela sensação imediata do sangue escorrendo pelo meu rosto e a vertigem ameaçando me derrubar. Naquele impacto, cortei o músculo da mandíbula e fraturei a clavícula, intensificando a dor e o pavor.

Naquele momento de pânico, um anjo surgiu em forma de uma fisioterapeuta, uma desconhecida que residia em frente ao local do acidente. Sua intervenção foi crucial; com uma toalha, estancou o sangramento e, através de uma massagem firme nos meus ombros e braços, manteve-me consciente. Sou eternamente grata a essa alma gentil cujo nome desconheço.

A chegada do SAMU e o transporte para o Hospital Pronto Socorro trouxeram um fio de esperança em meio ao caos. A presença reconfortante da minha vizinha Sibele foi um apoio inestimável, assim como encontrar meu irmão Clécio no hospital, que me acompanhou durante os exames e os pontos no rosto.

Chegar em casa à 1h30 da manhã trouxe consigo um misto de alívio e angústia. A consciência de ter escapado de algo mais grave inundou meu ser, um lembrete da fragilidade da vida. Desde então, todos os dias, em minhas idas e vindas do trabalho, elevo meus pensamentos a Deus em um silencioso agradecimento pela Sua proteção constante no meu caminho. Agradeço profundamente à vida e à preciosa oportunidade de cuidar da minha família, especialmente da minha amada filha Natália. Aquele dia chuvoso se transformou em uma cicatriz na memória, mas também em um lembrete constante da bondade humana e da proteção divina que me cerca. 

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