24/05/2016

Uma Jornada de Fé, Superação e Muita Alegria

Olá, pessoal!
Hoje, meu coração me levou de volta no tempo, 16 anos atrás. Lembro como se fosse ontem daquele dia em que acordei e não pude mais ver o mundo ao meu redor. A escuridão tomou conta, e com ela, a sensação de que uma parte de mim também havia se perdido.
Minha mãe, um anjo em forma de gente, me envolveu em seu carinho. Seus bolinhos fritos com calda de chocolate, feitos com tanto amor, foram uma tentativa doce de me trazer de volta à luz, nem que fosse por um instante.
Naquele 19 de agosto de 1999, parecia que meus sonhos haviam se desfeito como fumaça. O futuro, antes tão cheio de possibilidades, se tornou uma tela em branco. Mas minha mãe, com a força e a sabedoria que só as mães têm, transformou minha vida.
Ela me levou para Ijuí-RS, um lugar que se tornaria um farol de esperança em meio à escuridão. Lá, aprendi a ler e escrever em braille, um novo mundo se abrindo ao toque de meus dedos.
Dois meses depois, voltei para a escola João XXIII. Confesso que a cabeça estava baixa, a vergonha me consumia. Ouvir os comentários dos outros alunos sobre minha cegueira doía como agulhas. Mas, com o tempo, aprendi que aquela tristeza era apenas uma fase, uma sombra passageira na longa estrada que Deus havia preparado para mim.
A palavra "cego" me assustava, me fazia sentir diferente. Hoje, vejo que era apenas uma insegurança de adolescente, uma fase que todos nós passamos.
Naquela época, a angústia me dominava. O futuro parecia incerto, nebuloso. Mas Deus, em sua infinita sabedoria, tinha planos incríveis para mim.
Concluí o Ensino Médio, me aventurei pela faculdade de História, encontrei o amor da minha vida (pasmem, pela internet!) e me mudei para Porto Alegre para trilhar meu caminho profissional.
Olha só quantas conquistas!
Minha jornada em Porto Alegre já soma 8 anos, e foi aqui que realizei o maior e mais belo sonho da minha vida: ser mãe da amada Natália!
Foram 16 anos de estudo, esforço, batalhas e muita dedicação para transformar minha vida em uma sinfonia de alegrias. Aquela tristeza que senti quando perdi a visão ficou para trás, bem lá no passado.
A cegueira não me define, não me limita. Sou feliz, a pessoa mais feliz do mundo!

Gostou de conhecer um pouquinho da minha história? Que tal compartilhá-la com seus amigos? Quem sabe assim inspiramos mais pessoas a trilharem seus próprios caminhos de superação e felicidade!

2 comentários:

  1. Muito lindo!
    Nem imagino a angústia que deve ser acordar cega, achando que o mundo inteiro se perdeu.
    Parabéns por ter lutado e hoje conseguir enxergar com clareza que o melhor da vida não te escapa pela falta de visão.
    Belo relato.
    Beijos

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