Viajores pelas estradas da vida, vamos enfrentando, periodicamente, desafios nos diversos cenários de nossas existências. Ora nos defrontamos com a enfermidade, ora com decepções, ora com amarguras de variada jaez. Muitas lutas permeiam os horizontes de todos nós, peregrinos de longas jornadas evolutivas.

O Pai é o mesmo de todos. Sábio, amoroso, justo e bom! Como muito nos ama, confere-nos todos os meios para que cumpramos seu plano de progresso. Oferece-nos o berço, os professores e os recursos necessários para que empreendamos uma viagem de sucesso.

Porém é necessário que entendamos a natureza dessa empreitada. O bom resultado nem sempre estará sob o aplauso do mundo, mas sob a anuência de nossa consciência. Nem sempre sob aprovação da maioria em barulhenta comoção, mas em silenciosa renúncia, abnegação anônima e até em sacrifícios cujas lágrimas ninguém identifica. Muitas vitórias nos palcos mundanos costumam significar imensas derrotas para aquele que subverteu o plano divino.

Em compreendendo cada passo que empreendemos, é importante que guardemos a certeza do amparo do mundo espiritual, sempre a nos assistir em nossas necessidades, nos sussurrando aos ouvidos as devidas orientações, no intuito de nos apontar a melhor estrada e muitas vezes nos livrar de quedas escabrosas. Às vezes, um contratempo ou uma frustração podem significar uma proteção que sequer identificamos.

Mas lembremo-nos: a escolha é sempre nossa! O atalho convidativo poderá nos fazer embrenhar por espinheiros dolorosos, os ouvidos surdos aos chamamentos da consciência poderão nos fazer perder a direção sob o nevoeiro da estrada.

A vigilância de nossos pensamentos e atitudes e a prece sincera sempre nos conferirão passos firmes, ainda que tempestades nos ameacem a empreitada. A comunhão com o mais alto sempre nos traz luz em noites densas.

É importante que nos conscientizemos de nossos compromissos assumidos na viagem pela vida. Na família, reencontramos afetos e desafetos, suscitando-nos a enormes chances de progresso. Renúncia, paciência e bons exemplos devem constituir pilares de sustentação de nossa moradia. Em sociedade, a nossa voz e letra devem ser um convite à boa conduta. No trabalho, diligência, elegância e solidariedade devem ser quesitos do crachá de nossa identidade.

Jesus, nosso irmão maior, filho de Nosso Pai, nos revelou tudo isso em sua passagem pela terra: “Eu sou caminho, a verdade e a vida”. Ele é Aquele que é o caminho que devemos seguir, a verdade que devemos incorporar e a vida que devemos viver. Ele deve ser o nosso exemplo. Caminhemos em Sua direção, ainda que sob passos trêmulos. Ainda que vagarosos. Mas sempre confiantes em Sua assistência amiga, na certeza de que nos momentos mais difíceis estará Ele nos estreitando em seus braços generosos.

Por Denise Gasparetti Drumond, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 23 de abril de 2021, Juiz de Fora, MG.