Bom dia a todos!

Que tal começarmos o domingo com uma reflexão profunda?

 Hoje, quero compartilhar com vocês uma experiência que transformou completamente a minha vida.

Por 16 anos, vivi com baixa visão. Um período marcado por grande angústia e incompreensão. A escola, por exemplo, era um ambiente desafiador. Me sentia culpada por não corresponder às expectativas dos professores, mesmo sabendo que minha dificuldade visual era um fator limitante. A falta de recursos e de adaptação do ambiente escolar dificultavam muito meu aprendizado.

A perda total da visão foi um choque, mas, paradoxalmente, também me trouxe um grande alívio. Livrei-me do peso de ter que provar constantemente minha capacidade e de me sentir inferior aos outros. A cegueira me permitiu me conectar com minha essência de uma forma que eu nunca imaginei ser possível.

Hoje, posso afirmar com convicção: sou muito mais feliz sem enxergar. A cegueira me proporcionou uma nova perspectiva sobre a vida. Aprendi a valorizar as relações humanas, a olhar para o interior das pessoas e a identificar a verdadeira beleza.

Enquanto muitas pessoas se preocupam com a aparência física, nós, cegos, somos capazes de enxergar a alma. Sentimos a alegria, a tristeza, a sinceridade e a hipocrisia nas vozes e nos gestos das pessoas. Somos mais sensíveis e intuitivos.

É claro que a sociedade ainda precisa evoluir muito no que diz respeito à inclusão das pessoas com deficiência visual. O preconceito e a falta de acessibilidade são desafios que enfrentamos diariamente. Mas acredito que, ao compartilharmos nossas experiências, podemos contribuir para a construção de um mundo mais justo e igualitário.

Gostaria de convidar vocês a refletirem sobre as seguintes questões:

• Como você enxerga as pessoas?

• Quais valores são mais importantes para você?

• O que significa ser feliz?

Acredito que a cegueira me ensinou a viver de forma mais leve e autêntica. E espero que minha história possa inspirar outras pessoas a valorizarem a diversidade e a buscarem a felicidade interior.

Um abraço a todos!