28/03/2019

A Culpa Materna: Entre o Amor e o Dever

Desde o momento em que Natália chegou ao mundo, um sentimento se instalou em meu coração: a culpa. A culpa por ter que voltar ao trabalho, por não poder estar presente em cada minuto de sua vida, por me questionar se fiz a escolha certa.
Especialmente quando a vejo adoentada, fragilizada, principalmente durante os rigores do inverno, a culpa se transforma em um turbilhão de angústia. Imagino que a escola, por mais acolhedora que seja, jamais poderá substituir meu colo, meu carinho e meu abraço em um dia de sofrimento da minha pequena.
E quando, em um momento de birra, ela se comporta de maneira inadequada, a culpa me invade novamente. Questiono cada atitude minha, buscando em vão por um erro que justifique seu comportamento.
Em meio a essas reflexões, a certeza de que deveria abandonar o trabalho e me dedicar integralmente à Natália me consome. Mas, ao mesmo tempo, o fantasma da instabilidade financeira surge, trazendo consigo outra culpa, a de não poder prover o melhor para minha filha.
"Ser mãe é padecer no paraíso", como diz o ditado. É suportar a culpa diariamente, buscando um equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, entre o amor incondicional e o dever. A maternidade aguça nossos sentidos, dividindo nosso coração e colocando a culpa no centro da nossa atenção.
É uma luta constante, um aprendizado diário sobre os limites do amor e da razão. Mas, no fim, o que nos motiva a seguir em frente é o amor incondicional que sentimos por nossos filhos, um amor que supera qualquer obstáculo e nos impulsiona a buscar sempre o melhor para eles.
Mesmo com a culpa como companheira inseparável, a maternidade é um presente inigualável, uma jornada de aprendizado e crescimento que nos transforma para sempre. É na entrega incondicional e no amor puro que encontramos a força para superar os desafios e construir um futuro promissor para nossos filhos.

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